Submissões Recentes

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Mobilizações para o Sete de Setembro
(FGV ECMI, 2023) Ruediger, Marco Aurelio; Grassi, Amaro; Almeida, Sabrina; Contente, Renato; Santos, Denisson; Sabbatini, Leticia; Carvalho, Mariana; Piaia, Victor; Cordeiro, Maria Sirleidy; Dienstbach, Dalby; Barboza, Polyana; Silva, Lucas Roberto da; Tomaz, Renata
Este relatório tem como objetivo apresentar uma perspectiva geral do debate público sobre as mobilizações de cunho antidemocrático associadas ao Sete de Setembro, Dia da Independência do Brasil, que foram potencializadas em decorrência do pleito presidencial ocorrido em outubro de 2022. A partir de dados coletados no Twitter e no Facebook, buscamos compreender como ocorreu a circulação de discursos de caráter autoritário e extremista que tinham como alvo instituições democráticas e autoridades ligadas ao Poder Judiciário brasileiro. Para compor este quadro geral, elegemos dois períodos distintos para a análise: o período anterior ao Sete de Setembro, entre 1º de junho e 1º de setembro, e a semana do feriado, entre 2 e 8 de setembro. No Twitter, buscamos explorar a evolução do debate geral sobre a efeméride, a discussão sobre os temas, instituições e autoridades associados à data e os termos mais recorrentes no âmbito desta discussão. Já as análises do Facebook tiveram como foco grupos públicos alinhados ao então presidente Jair Bolsonaro, em decorrência da identificação de conteúdos de cunho antidemocrático, e o impulsionamento de publicações de viés eleitoral que circularam na rede nos meses anteriores às eleições.
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ACESSO AO ENSINO SUPERIOR, EVASÃO E ESTRATÉGIAS PARA A PERMANÊNCIA NA EDUCAÇÃO SEMIPRESENCIAL: UM OLHAR SOBRE AS CLIVAGENS GÊNERO, ETNIA E TRABALHADOR-ESTUDANTE
(2023-10-06) Conceição, Viviane Lima da
Apesar de presenciarmos nas últimas décadas um grande aumento de matrículas na educação superior no Brasil, este nível de ensino ainda não se encontra plenamente disponível de forma equânime a toda a população que por ele almeja. Neste aspecto, pretendeu-se debater o tema acesso à educação superior. Vale advertir que não basta concentramos nosso olhar no assunto acesso, sendo necessário estratégias de permanência no espaço acadêmico, isso implica criar políticas que beneficiem estudantes de todos os extratos sociais. O estudo teve como foco o curso de graduação de Tecnologia em Gestão de Turismo, que é uma das graduações do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, CEFET/RJ, integrado ao Consórcio de Universidades Públicas do Estado do Rio de Janeiro, na modalidade semipresencial. Essa modalidade de ensino auxilia a reduzir algumas barreiras impostas por fatores como falta de flexibilidade de horário, barreiras geográficas, entre outras. Sobre essa modalidade de ensino podemos dizer que traz consigo um rol de discussões em termos de planejamento pedagógico, metodologia de ensino, avalição dos cursos, entre outras questões a serem analisadas. O presente trabalho visou discutir o acesso às oportunidades educacionais a partir da análise dos alunos egressos e dos alunos que ultrapassaram o período de integralização. Pretende-se contribuir e aprofundar discussões sobre a educação nas modalidades semipresencial e a distância e suas contribuições sobre as mudanças educacionais, estruturais e sociais. Dentro dos objetivos gerais deste estudo estão identificar e analisar as estratégias formais e informais de permanência dos estudantes. Buscou-se definir os organismos e atores que, de modo direto e indireto, estejam envolvidos na questão da permanência e investigar os contextos extraescolares que envolvem os espaços familiares e de trabalho, e as estratégias de conciliação (ou não) desses espaços com os estudos. O levantamento possibilitou uma abordagem qualitativa ao aproximar-se da realidade dos estudantes, e uma abordagem quantitativa, com apresentação dos dados em gráficos estruturados, por meio da utilização do programa Phyton em sua elaboração. Os gráficos foram construídos a partir das respostas obtidas nas perguntas abertas e fechadas dos questionários que foram enviados via plataforma Google Forms e survey. Deu-se principal atenção às clivagens gênero, etnia e trabalhador estudante, entendidas aqui como segmentos socialmente vulneráveis. Os resultados apontaram que os participantes reconhecem a existência de desafios, das mais diversas ordens, e articulam-se de diferentes formas para romper com as barreiras presentes em sua rotina acadêmica. Reafirmar a importância de pensar a partir da realidade e cotidiano dos estudantes para formular políticas institucionais que defendam uma educação pública e de qualidade ao alcance de todos.
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Propriedade intelectual na esfera digital: como proteger e democratizar a economia criativa na quarta revolução industrial
(2023-10-18) Wood, Hamsa
Este texto apresenta a pesquisa realizada sobre proteção de propriedades intelectuais dentro na humanidades digitais através de ferramentas oferecidas pela tecnologia das blockchains. O foco inicial foi sobre os aspectos filosóficos, éticos e legais que permeiam o conceito de propriedade intelectual e como traduzi-los e adaptá-los para o universo digital perante as recentes evoluções tecnológicas, em especial a Inteligência Artificial Generativa. Para realizar a pesquisa utilizei fontes acadêmicas, periódicos especializados em tecnologia, bases legais e estudos de casos sobre tokenização de ativos intangíveis e seus impactos na distribuição de conteúdo e comercialização via NFTs e Smart Contracts. Ao longo do último ano de pesquisa outro importante elemento surgiu de forma nunca antes imaginada: as Inteligências Artificias Generativas, ou IAGs. A partir da observação deste novo elemento, a pesquisa se aprofundou na Proof of Humanity – ou simplesmente prova de humanidade – um novo conceito que busca mitigar e limitar o uso indiscriminado de IAGs em concepções artísticas e na geração de conhecimento. Por fim, como resultado deste trabalho surge um produto essencialmente simples que utiliza a tecnologia da blockchain – em uma combinação de três protocolos já existentes – e busca sanar boa parte das dificuldades e desafios na proteção da propriedade intelectual.
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Teletrabalho, relações sociais e bem-estar na organização
(2023-11-13) Duo, Jânio Silva
Objetivo: Analisar as percepções dos servidores da Advocacia-Geral em Roraima sobre o teletrabalho e verificar se há influências desta modalidade de trabalho nas relações sociais organizacionais e no bem-estar. Metodologia: Pesquisa realizada através do método exploratório e qualitativo, com a aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas, tendo como base do direcionamento a análise do conteúdo, além de levantamento bibliográfico, notadamente em artigos publicados recentemente e legislação aplicada ao tema. Resultados: A pesquisa inferiu que a percepção dos servidores sobre o teletrabalho é positiva, principalmente por causa do horário e local de trabalho flexíveis, apesar da diminuição sensível das interações sociais formais e informais com os demais servidores e do aumento do volume de tarefas. Limitações: No que se refere a limitações do estudo, pode-se mencionar a quantidade reduzida de participantes da pesquisa (30 pessoas) diante do efetivo total de servidores da Advocacia-Geral da União, além da circunscrição a apenas a uma unidade administrativa em uma única unidade da federação brasileira. Aplicabilidade do trabalho: Cotidianamente, o cidadão necessita recorrer à Administração Pública e o servidor é o legítimo representante desta perante a sociedade. Entender como se dá o trabalho e seus impactos no bem-estar dos servidores faz-se importante para que a Gestão de Pessoas possa aperfeiçoar e repensar as políticas de pessoal. Contribuições da Pesquisa: Contribuir para o aperfeiçoamento do regime de teletrabalho no âmbito da Advocacia-Geral da União, ao se analisar a percepção dos servidores, de forma positiva ou negativa, principalmente sobre os impactos do trabalho à distância sobre as relações sociais, a motivação, o bem-estar e a saúde mental. Neste sentido, a presente pesquisa serve para auxiliar a alta direção da Advocacia-Geral da União na tomada de decisões que impactem na melhoria da qualidade do trabalho dos servidores. Originalidade: Esta pesquisa contribui para se compreender a importância da interação social no ambiente organizacional e seus impactos tanto para a entidade como para os servidores. Considerando-se que ainda há poucos estudos publicados sobre este assunto, tem-se assim uma contribuição original e esclarecedora sobre o tema.
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Navigating growing complexity: advancements in collaborative governance
(2023-10-31) Borges, Eduardo Bizzo de Pinho
Esta tese é composta por três artigos independentes, mas interconectados, que exploram como as aplicações inovadoras do conceito de governança colaborativa lidam com a crescente complexidade dos contextos contemporâneos. Os dois primeiros artigos abordam plataformas colaborativas, instrumentos estendem a governança colaborativa facilitando múltiplos projetos ou redes colaborativas. Essas plataformas oferecem uma estratégia de governança inovadora para enfrentar crises complexas e imprevisíveis em um mundo cada vez mais turbulento, permitindo rápida escalabilidade e abordagens flexíveis para a colaboração. O primeiro artigo realiza uma revisão sistemática da literatura sobre plataformas colaborativas, empregando análises bibliométricas e temáticas de 72 publicações de 2018 a 2022. O estudo revela um campo incipiente, mas em expansão, destacando a efetividade destas plataformas na ampliação da governança colaborativa e atuando como intermediários, ao mesmo tempo que destaca seu papel como facilitadores da co-criação e governança ambiental. No entanto, também se observa uma tendência na literatura em direção a um otimismo excessivo. O segundo artigo examina o impacto de plataformas colaborativas na produção sustentável a partir da experiência do Fundo Amazônia na Amazônia brasileira. Utilizando dados de painel de 2003 a 2017 e focando em municípios na Amazônia Legal brasileira, este estudo emprega uma abordagem de diferenças em diferenças para avaliar os efeitos do Fundo Amazônia na produção de produtos florestais e agroflorestais. Os resultados evidenciam aumentos positivos e não imediatos na produção sustentável, ressaltando a oportunidade de apoio às plataformas como meio de promover as cadeias de valor da bioeconomia na Amazônia. O terceiro artigo, formulado em colaboração com o Professor Gregory Michener e publicado no Public Management Review (DOI: 10.1080/14719037.2023.2230231), investiga o conceito de governança colaborativa compensatória (CCG), que representa iniciativas de governança colaborativa destinadas a compensar baixo compromisso do governo na implementação de políticas públicas. Com base nos casos do Consórcio de Veículos de Imprensa no Brasil e do Covid Tracking Project nos Estados Unidos durante a pandemia de COVID-19, este estudo explora o surgimento da CCG, seus mecanismos para compensar a deficiência de compromissos e sua relação com as conceituações existentes de governança colaborativa. As iniciativas preencheram as lacunas de informação deixadas pelo governo federal, efetivamente ‘governando’ a transparência pública federal de dados de COVID-19. Os três artigos oferecem conjuntamente uma compreensão multifacetada da governança colaborativa, tanto na teoria quanto na prática. Coletivamente, os artigos demonstram que a governança colaborativa, por meio de seus avanços, continua relevante para abordar questões atuais em um mundo cada vez mais complexo. Nesse sentido, esta coleção de estudos tem a intenção de fazer uma contribuição significativa para um campo de estudo em constante evolução e altamente relevante, dedicado a navegar por desafios públicos complexos.